A orientação
educacional foi vista de formas diferentes nos variados períodos da história. A
escola, em si, passou por muitas transformações ao longo dos anos e os
diferentes setores que nela atuam atenderam, de acordo com as necessidades
época, valores e exigências que imperavam na sociedade. Para traçar um
panorama mais completo sobre o tema utilizarei como base a autora Mirian P. S. Zippin
Grinspun.
A autora divide a trajetória da orientação educacional em
dois períodos. O primeiro, considerado pela autora de antigo, é chamado de
tradicional. Nesse período a orientação é vista como uma forma de ajustar o
aluno, ou seja, regulá-lo de acordo com o padrão de homem que predominava na
sociedade. E isso se dava através da mensuração. Dessa forma, verificavam-se
suas particularidades e problemas procurando medir sua evolução como um todo. O segundo
período é visto pela autora como uma tendência progressista, é o período no
qual vivemos. Nele a orientação educacional tem a função de consultoria. Isso
significa que o orientador educacional deve auxiliar o aluno diante das muitas
mudanças em que se depara diariamente, além disso, o orientador deve trabalhar
com o cotidiano do aluno, sua realidade, com o intuito de provocar um “embate”,
instaurar um conflito entre o aluno e a sociedade para que dessa forma ele se torne
crítico e amadureça em todos os sentidos, tanto em seu aprendizado escolar como
em sua formação como futuro cidadão.
Além desses
períodos, a autora subdivide a orientação educacional em seis períodos
diferentes:
Período Implementador (
Período
Institucional (1942-1960) – Nesse período ocorre todo o aparato legal em relação
à orientação. O Ministério da Educação e Cultura, busca a dinamização dos
cursos de formação dos orientadores.
Período Transformador (1961-1970) – A orientação passa
a ser caracterizada como educativa, começando a ganhar notoriedade em eventos
de classes e congressos. A questão psicológica começa a ganhar espaço.
Período
Disciplinador (1971-1980) – A orientação passa a ser moldada de acordo com a
lei 5692/71 que determina o aconselhamento vocacional. Além disso, a orientação
deveria trabalhar em consonância com o currículo da escola, fazendo com que os
orientadores repensassem a sua prática pedagógica.
Período
Questionador (década de 80) – Os anos 80
trouxeram muitas modificações na sociedade em geral e como conseqüências suas
indagações e mudanças refletiram-se na educação. Portanto, esse é o período em
que a orientação educacional passa a ser questionada. Nessa época muitos cursos
de capacitação foram realizados.
Período
Orientador (a partir de 1990) – Período em que a orientação passa a ser caracterizada
como uma prática que deve ser construída diariamente. O período é chamado de
orientador porque é nesse momento que se acredita possuir a “direção”
para a orientação educacional pretendida.
Atualmente
sabemos que o papel do orientador é amplo e transcende os limites da escola.
Segundo a autora “o papel da
Orientação Educacional no contexto atual, deslocou-se dos alunos-problemas para
todos os problemas dos alunos/ da escola e refletindo, analisando, interferindo
sobre esses problemas em tempos de globalização e da pós-modernidade. Devemos
trabalhar, com o aluno, na possibilidade de sua totalidade, desenvolvendo o
sentido da singularidade, da autonomia, da dimensão da solidariedade, no
verdadeiro significado do humano” (GRINSPUN, 2003, p. 73). Nesse sentido podemos dizer que o orientador
educacional deve auxiliar o aluno em seu
desenvolvimento pleno, coletivo e não mais individualizado, procurando
prepará-lo para a vida.
Aluna: Ivone Andrade de Oliveira
Matrícula: 10212080240
Referências:
GRINSPUN,
M.P.S.Z. O papel da orientação educacional diante das perspectivas atuais da
escola. In._________. Supervisão e orientação educacional perspectivas de
integração na escola. São Paulo: Cortez, 2003, p. 69-98).
GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e
alternativas
para a escola. São Paulo: Cortez, 2002.
Me ajudou bastante. Parabéns pelo trabalho.
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