quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um panorama sobre a trajetória do orientador educacional no Brasil


     A orientação educacional foi vista de formas diferentes nos variados períodos da história. A escola, em si, passou por muitas transformações ao longo dos anos e os diferentes setores que nela atuam atenderam, de acordo com as necessidades época, valores e exigências que imperavam na sociedade. Para traçar um panorama mais completo sobre o tema utilizarei como base a autora Mirian P. S. Zippin Grinspun
     A autora divide a trajetória da orientação educacional em dois períodos. O primeiro, considerado pela autora de antigo, é chamado de tradicional. Nesse período a orientação é vista como uma forma de ajustar o aluno, ou seja, regulá-lo de acordo com o padrão de homem que predominava na sociedade. E isso se dava através da mensuração. Dessa forma, verificavam-se suas particularidades e problemas procurando medir sua evolução como um todo. O segundo período é visto pela autora como uma tendência progressista, é o período no qual vivemos. Nele a orientação educacional tem a função de consultoria. Isso significa que o orientador educacional deve auxiliar o aluno diante das muitas mudanças em que se depara diariamente, além disso, o orientador deve trabalhar com o cotidiano do aluno, sua realidade, com o intuito de provocar um “embate”, instaurar um conflito entre o aluno e a sociedade para que dessa forma ele se torne crítico e amadureça em todos os sentidos, tanto em seu aprendizado escolar como em sua formação como futuro cidadão.
     Além desses períodos, a autora subdivide a orientação educacional em seis períodos diferentes:



Período Implementador (1920 a 1941) – Aqui o orientador entra em cena, aos poucos ainda, de maneira tímida. A orientação é relacionada a orientação profissional. O objetivo desse período diz respeito às escolhas profissionais.





Período Institucional (1942-1960) – Nesse período ocorre todo o aparato legal em relação à orientação. O Ministério da Educação e Cultura, busca a dinamização dos cursos de formação dos orientadores.







Período Transformador (1961-1970) – A orientação passa a ser caracterizada como educativa, começando a ganhar notoriedade em eventos de classes e congressos. A questão psicológica começa a ganhar espaço. 




Período Disciplinador (1971-1980) – A orientação passa a ser moldada de acordo com a lei 5692/71 que determina o aconselhamento vocacional. Além disso, a orientação deveria trabalhar em consonância com o currículo da escola, fazendo com que os orientadores repensassem a sua prática pedagógica.




Período Questionador (década de 80) –  Os anos 80 trouxeram muitas modificações na sociedade em geral e como conseqüências suas indagações e mudanças refletiram-se na educação. Portanto, esse é o período em que a orientação educacional passa a ser questionada. Nessa época muitos cursos de capacitação foram realizados.




Período Orientador (a partir de 1990) – Período em que a orientação passa a ser caracterizada como uma prática que deve ser construída diariamente. O período é chamado de orientador porque é nesse momento que se acredita possuir a “direção” para a orientação educacional pretendida.
 


     Atualmente sabemos que o papel do orientador é amplo e transcende os limites da escola. Segundo a autora “o papel da Orientação Educacional no contexto atual, deslocou-se dos alunos-problemas para todos os problemas dos alunos/ da escola e refletindo, analisando, interferindo sobre esses problemas em tempos de globalização e da pós-modernidade. Devemos trabalhar, com o aluno, na possibilidade de sua totalidade, desenvolvendo o sentido da singularidade, da autonomia, da dimensão da solidariedade, no verdadeiro significado do humano” (GRINSPUN, 2003, p. 73). Nesse sentido podemos dizer que o orientador educacional deve auxiliar  o aluno em seu desenvolvimento pleno, coletivo e não mais individualizado, procurando prepará-lo para a vida.

Aluna: Ivone Andrade de Oliveira
Matrícula: 10212080240

Referências:

GRINSPUN, M.P.S.Z. O papel da orientação educacional diante das perspectivas atuais da escola. In._________. Supervisão e orientação educacional perspectivas de integração na escola. São Paulo: Cortez, 2003, p. 69-98).

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e
alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002.






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